Confira dicas para história e química no Enem 2009; veja os temas mais prováveis
Simone Harnik
Em São Paulo
Tanto história quanto química no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2009, deverão ter um ponto comum: a exigência de paciência do candidato. Isso porque a prova promete trazer enunciados longos, cobrando capacidade de leitura e de interpretação. É isso o que avaliam os especialistas ouvidos pelo UOL Vestibular.
Veja as orientações dos professores para cada uma das disciplinas.
História
Para o professor de história do ensino médio do colégio Sion, Marcello Sarraino Fonseca, a aposta principal no Enem são grandes temas, como direitos humanos, escravidão e liberdade, igualdade e desigualdade. Dentro desses assuntos, será possível abordar conteúdos da história e suas relações com o presente. Daí a necessidade de estar bem informado.
"O Enem poderá fazer questões que comparem a situação do passado com o presente. Uma possível questão seria sobre a crise atual e suas relações com a crise de 1929", afirma Fonseca.O conhecimento do mundo contemporâneo, para o professor, é fundamental. Confira alguns temas que o professor avalia importantes na hora de revisar o conteúdo:
História do Brasil - ênfase no Brasil independente, principalmente no Brasil República, no ditadura e democracia fazem parte deste período.
História geral - mundo moderno e contemporâneo, a partir da Revolução Francesa. Questões sobre a política, a economia, o modelo liberal, os fascismos, as guerras podem ser estudados neste período.
Temas que podem ser listados como candidatos a questões são:-
guerras;- crise econômica;- gripe suína e os paralelos com a peste negra e com a gripe espanhola;- a questão nuclear e a Guerra Fria;- a questão do negro na sociedade brasileira;- o trabalho escravo;- desigualdades sociais e a constituição da realidade contemporânea brasileira."Temos de pensar o que o elaborador das questões quer. E o Enem quer um estudante crítico. Para isso, uma forma é a comparação com a atualidade", avalia. Por isso, o professor julga que temáticas como a Idade Média ou da monarquia brasileira devam aparecer com menor frequência na prova do MEC (Ministério da Educação).Já a república romana e a democracia ateniense podem ser abordadas em itens que exijam a correlação com o mundo contemporâneo.
Se você está preocupado porque não consegue se lembrar de datas e nomes da história, relaxe. A "decoreba" não deverá ser cobrada. "O que importa na prova não é tanto o conhecimento desses dados, mas a interpretação do enunciado e das questões", diz Fonseca.
Química
Na avaliação do coordenador de química do Objetivo, Antonio Mario Salles, o programa da disciplina cobrado no Enem 2009 é o mesmo da Fuvest. "Mas isso não quer dizer nada. Os examinadores devem dar mais importância para competências e habilidades. Os enunciados deverão trazer muita informação", diz.
De acordo com o professor, o texto que apresenta a questão poderá até trazer substâncias "moderninhas", mas a pergunta deverá oferecer as informações básicas para que o candidato consiga responder. "Não vai ser necessário saber coisas de cabeça. É preciso ter um pouco de conceitos".
A abordagem da química deverá privilegiar conceitos relacionados ao cotidiano, em problemas ambientais ou de saúde, por exemplo. Assim, questões sobre poluição, chuva ácida, efeito estufa ou até mesmo radioatividade são fortes candidatas a aparecerem.
Veja os principais tópicos a revisar:
Cálculo estequiométrico - devm cair, mas não em questões rebuscadas.
Ácidos, bases, sais e óxidos - podem cair, por isso é importante ter o conceito fixado. A banca deverá fornecer informações sobre fórmulas, caso sejam necessárias.
Ligações químicas.
Química orgânica - questões ligadas ao cotidiano costumam tratar deste tópico da química.
Físico química - perguntas sobre pH são tradicionais, sempre com alguma historinha do dia a dia."Agora o estudante deve treinar leitura e se dedicar aos capítulos mais importantes da química", diz Salles.